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Autoridade Espiritual 1


Este é mais um ensino da série "Formação para Coordenadores de Grupos de Oração"
Introdução

Neste ensino, veremos que o princípio da autoridade parte do se sentir chamado e do envio para a missão: “Jesus reuniu seus doze discípulos. Conferiu-lhes poder de expulsar espíritos imundos e de curar todo mal e toda enfermidade” (Mt 10,1).

Autoridade não é sinônimo de autoritarismo, o autoritarismo gera insatisfação, mágoas, e falta de comprometimento de servos novos, ao passo que autoridade espiritual não só expulsa o demônio como confirma que é o Senhor que vai a frente. Aí está o segredo da autoridade, a convicção da missão.

Desenvolvimento

Há pelo menos cinco condições para que a autoridade espiritual exista e funcione. Também chamadas de colunas da autoridade espiritual que são: retidão, relacionamento com Deus, unção, fé, obediência.
Jesus no Evangelho de São Mateus 28,18 diz: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra”. Ele reconhece que tudo vem do Pai.

A Igreja, enquanto Povo de Deus, reconhece apenas uma autoridade: Cristo Jesus (isto nos diz o Documento Puebla 257). Ele é o pastor que guia; todavia os laços que a prendem a Ele são muito mais profundos do que um simples trabalho de direção. Cristo é a autoridade da Igreja no sentido mais profundo da palavra, porque é o seu autor. Ele é a fonte da vida, unidade e cabeça da Igreja.
Se quisermos realizar as obras do Senhor, a missão que Ele nos confiou, é preciso saber, como Ele, empunhar o cetro da justiça que é o emblema da autoridade. “O cetro do teu reino é cetro de justiça” (Hb 1,8).

Inicialmente, autoridade espiritual significa o poder de permanecermos firmes pelo nome de Cristo, executando Sua vontade sobre os poderes e circunstâncias espirituais e materiais. Jesus, em Marcos 16,15-17, diz: “Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado, será salvo, mas quem não crer, será condenado. Estes milagres acompanharão os que crerem...”.

A autoridade espiritual é diferente da autoridade eclesiástica, que exerce uma orientação, como também da autoridade governamental cujos comandos são distribuídos em setores e regiões.

Todos aqueles que acreditam podem exercer a autoridade espiritual. A autoridade espiritual funciona sob a ação do Espírito Santo. Na palavra de Atos 19,11-13, está escrito: “Deus fazia milagres extraordinários por intermédio de Paulo, de modo que lenços e outros panos que tinham tocado o seu corpo eram levados aos enfermos; e afastavam-se deles as doenças e retiravam-se os espíritos malignos”.
Tanto os discípulos (no versículo 11), como os exorcistas ambulantes (versículo 13) estavam exercendo a autoridade espiritual, mas verifica-se no versículo 15 – “Conheço Jesus e sei quem é Paulo. Mas vós quem sois?”, que eles não obtinham êxito. Os discípulos possuíam o Espírito Santo.

A Retidão é uma das cinco colunas. A falta da autoridade espiritual está a zero quando não há uma retidão cumprida. O Espírito Santo nos ensina que a verdadeira autoridade vem da retidão. A retidão se subdivide em: retidão atribuída, cumprida, interna e externa.

Na palavra de Rm 4,3, encontramos um exemplo de retidão atribuída, “Ora, que diz a escritura? Abraão creu em Deus, e isto lhe foi imputado em conta de justiça”. Abraão, pela fé, creu e cumpriu a vontade de Deus. Já em Ef 2,8-9 está escrito: “Porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus. Não provém das obras, para que ninguém se glorie.’ – é pela fé que somos salvos.

A Retidão cumprida advém de um esforço pessoal.  Como nos fala a passagem de  2Pd 1,5-7:  “Por estes motivos, esforçai-vos quanto possível por unir à vossa fé a virtude, à virtude a ciência, à ciência a temperança, à temperança a paciência, à paciência a piedade, à piedade o amor fraterno, e ao amor fraterno a caridade”.

A Retidão interna nos é dada por Deus, é um Dom, tem muito a ver com a fé em Jesus Cristo; e a Retidão externa se expressa pelos frutos do Espírito Santo em nossas vidas, tem a ver com as obras que produzimos como resultado da fé.

O Relacionamento com Deus é outro pilar da autoridade espiritual. Sua importância fica clara na Palavra. “Eu sou a videira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não der fruto em mim, ele o cortará; e podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto. Vós já estais puros pela palavra que vos tenho anunciado. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim” (Jo 15,1-4).     Precisamos estar ligados à videira para dar frutos, mais frutos, mais frutos. Esta é a progressão do cristão sadio.

Mas como permanecer em Jesus? A resposta está em João 15,9-11: “Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os mandamentos do meu Pai e persisto no seu amor. Disse-vos estas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa”. Dessa forma, é seguindo fielmente a Palavra e persistindo no Seu amor; sendo a imagem de Jesus e seguindo Seu exemplo, refletindo assim a transformação do nosso interior e deixando a Sua glória brilhar.

Unção é a terceira coluna para a autoridade espiritual, é o alicerce importante no exercício desta autoridade. É a equipagem para a realização da obra de Deus.

No Antigo Testamento a unção era feita com o óleo derramado sobre as cabeças dos sacerdotes, reis e leprosos. Já no Novo Testamento, quando Jesus lê a profecia de Isaías 61 - “O Espírito do Senhor está sobre mim porque me ungiu” -, Ele se refere a uma unção vinda do Espírito Santo, como uma ação sobre ele, e isto o impele à missão.

Jesus promete este mesmo poder várias vezes, mas em At 1,8 antes de subir ao céu, Ele diz: “mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo”. O que é ser sua testemunha senão exercer exatamente o que Ele pediu, assim como, o apóstolo Paulo: “A minha palavra e a minha pregação longe estavam da eloqüência persuasiva da sabedoria: eram, antes, uma demonstração do Espírito e do poder divino, para que vossa fé não se baseasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” (1Cor 2,4-5).  O poder da palavra vem da autoridade que o Espírito Santo nos dá.

A Fé, quarta coluna da autoridade espiritual, é a chave que abre o nosso ser para que a glória de Deus se realize em nós. Ela baseia-se no saber o que Deus quer fazer, mas a vida de fé começa quando abrimos os olhos para a verdade.

A Fé não é um esforço pessoal; é um dom, como se vê na passagem de Hebreus 11, 1: “A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê”. É uma graça de entrega e confiança. Não é sentimento, mas sim a aceitação da pessoa e da missão de Jesus.

A obediência é o quinto destes pilares. São Basílio nos diz que a obediência não é como a do escravo que obedece por medo do castigo, mas sim como filho de Deus que busca a recompensa por amor.

No livro de Samuel, podemos ver a importância a qual o Senhor dá à nossa obediência. “Acaso o Senhor se compraz tanto nos holocaustos e sacrifícios como na obediência à sua voz? A obediência é melhor que o sacrifício e a submissão valem mais que a gordura dos carneiros” (1Sm 15, 22).

Nosso maior exemplo de obediência é o do Cristo: “Assim como pela desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão justos” (Rm 5, 19). Pela
Sua obediência nos deu a vida eterna. Por isso, a obediência é uma das graças que recebemos através do batismo.

Também devemos ser obedientes àqueles que têm autoridade humana sobre nós: “Por amor do Senhor, sede submissos, pois a toda autoridade humana, quer ao rei como a soberano, quer aos governadores como enviados por ele para castigo dos malfeitores e para favorecer as pessoas honestas. Porque esta é a vontade de Deus que, praticando o bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos. Comportai-vos como homens livres, e não à maneira dos que tomam a liberdade como véu para encobrir a malícia, mas vivendo como servos de Deus. Sede educados para com todos, amai os irmãos, temei a Deus, respeitai o rei. Servos, sede obedientes aos senhores com todo respeito, não só aos bons e moderadores, mas também aos de caráter difícil. Com efeito, é coisa agradável a Deus sofrer contrariedades e padecer injustamente, por motivo de consciência para com Deus” (1Pd 2, 13-19).

A obediência e a autoridade se completam, não pode existir uma sem a outra. O maior exemplo disso é o centurião do Evangelho de Lucas (Lc 7, 6-8): “Senhor, não te incomodes tanto assim, porque não sou digno de que entres em  minha casa; por isso nem me achei digno de chegar-me a ti; mas dize somente uma palavra, e o meu servo será curado. Pois também eu, simples subalterno, tenho soldados às minhas ordens; e digo a um: vai ali! E ele vai; e a outro: Vem cá! E ele vem; e ao meu servo: Faze isto! E ele o faz”.

Outro grande exemplo de obediência é Maria Santíssima, que em Lucas 1, 38, a partir desta declaração, dá o seu ‘sim’ para que o plano de salvação de Deus fosse cumprido: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”.

Conclusão

O princípio da autoridade é a missão, como visto em Mt 10,1.7, e nasce de uma convicção profunda da missão. Obedecemos a Deus e em nome de Jesus exercemos os ministérios com os carismas dispensados pelo Espírito Santo.

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